Boi gordo: Arroba segue forte e frigoríficos continuam perdendo a batalha de preço.
São Paulo registrou elevação de R$ 2/@ nos preços do boi e da vaca, que agora valem R$ 312/@ e R$ 289/@, segundo dados da Scot Consultoria.
 Boi gordo: Arroba segue forte e frigoríficos continuam perdendo a batalha de preço.

A oferta enxuta de boiadas gordas neste período de entressafra e o encurtamento da semana por causa do feriado nacional de Corpus Christi na próxima quinta-feira, 3, levaram algumas indústrias frigoríficas de São Paulo a pagar valores mais altos pela arroba, relata a Scot Consultoria.

Nesta terça-feira, 1º de junho, a Scot apurou reajustes de R$ 2/@ nos preços do boi e vaca gordos, em relação ao dia anterior. Com isso, as duas categorias foram negociadas, respectivamente, em R$ 312/@ e R$ 289/@ (preços brutos e a prazo).

O ágio do boi gordo padrão exportação (abatidos mais jovens, até 30 meses de idade) gira em torno de R$ 5/@ em São Paulo, acrescenta a Scot.

O preço da novilha ficou estável nas praças paulistas, cotada em R$ 301/@, nas mesmas condições de pagamento.

Segundo avaliação da IHS Markit, o quadro geral é de firmeza no mercado brasileiro do boi gordo, em função da grande dificuldade em comprar animais prontos para abate.

“Conforme a oferta fica cada vez mais restrita e as escalas de abate são encurtadas, a tendência de alta fica cada vez mais forte, criando expectativa de avanços ao longo de junho”, prevê a IHS.

Porém, os frigoríficos permanecem bastante cautelosos na aquisição de animais, apesar das escalas de abate ficarem cada vez menores, entre 5 e 7 dias, relata a IHS.

As indústrias temem trabalhar com margens operacionais negativas, devido aos altos patamares da arroba e ao baixo consumo de carne bovina no mercado doméstico, acrescenta a consultoria.



Segundo a IHS, atualmente, os pecuaristas de pequeno e médio porte encontram grande dificuldade em fechar parcerias com empresas especializadas em confinamento.

“O uso completo da capacidade instalada dos boiteis causou forte aumento de preço na diária desses estabelecimentos, reduzindo bastante a margem de lucro por animal”, informa.

Em alguns casos, a depender do peso de entrada do gado, a rentabilidade é negativa, afirma a IHS.

Ainda da porteira para dentro, considerando a grande das praças pecuárias do País, os produtores não aceitam valores menores que R$ 300/@ em função dos maiores custos de confinamento, além do alta explosiva nos preços dos animais de reposição.

No entendimento da IHS Markit, o retorno do consumo doméstico de carne bovina é uma questão de tempo. O mercado futuro do boi gordo já mostra certo otimismo em relação à demanda interna a partir do segundo semestre, o que se reflete nos contratos da B3.

O valor do papel  com vencimento a partir de set/21 já ultrapassam a casa de R$ 330/@, relata a IHS.

Giro pelas praças – Nesta terça-feira, entre os Estados brasileiros, destaque para o Mato Grosso. A região com o maior rebanho de bovinos do Brasil apresenta forte valorização de fêmeas eradas, informa a IHS.

“Essa categoria é alvo de grande procura pelos frigoríficos, que buscam adquirir matéria-prima pagando valores mais baixos pela arroba em relação aos preços dos machos”, destaca a consultoria.

Ainda no Centro-Oeste, foram registradas novas altas do boi e da vaca em praças do Mato Grosso do Sul e de Goiás. A restrição de oferta segue como o principal fator para os novos patamares de preços em ambos os Estados.

No entanto, diz a IHS, rumores de retomada do isolamento social (contra a propagação de Covid-19) no Mato Grosso do Sul trazem preocupações com relação a consistência do consumo doméstico no mercado local, o que reflete em maior morosidade de negócios no mercado físico de boiada gorda.

No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos seguem estáveis. A demanda pela proteína bovina ainda não apresenta maior volume nesta semana.


Fonte: Portal DBO