Boi gordo: ‘Falta de contêineres refrigerados agrava crise do coronavírus’
Segundo o analista Fernando Iglesias, a logística ao redor do mundo está caótica; ele prevê, no entanto, que quando a pandemia passar, o Brasil terá potencial para exportar muito mais por conta do dólar em alta
Boi gordo: ‘Falta de contêineres refrigerados agrava crise do coronavírus’

Após um primeiro bimestre positivo, principalmente para o frango e a carne suína, as exportações brasileiras do setor carnes já indicam um fechamento de março mais preocupante para o frango e para a carne bovina. “A carne suína ainda destoa em termos de embarques nesse mês”, ressalta o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Segundo ele, em meio à pandemia do coronavírus e seus impacto sobre a economia global, o que efetivamente preocupa são alguns estrangulamentos logísticos em parceiros comerciais importantes, como a União Europeia. “Felizmente para o Brasil, a situação começa a entrar nos eixos na China”, lembra. “E essa é sem dúvida uma ótima notícia para o setor”.

Iglesias aponta ainda outros aspectos que tornam o assunto ainda mais complexo, como a escassez de contêineres frigoríficos. “Tem muito contêiner preso em áreas bloqueadas, cargas presas em portos. A logística ao redor do mundo é caótica no momento”.

No mercado interno, o fechamento de restaurantes altera a configuração da demanda. Cortes nobres são menos consumidos e a carne de frango se torna a grande opção. “Estamos a caminho de mais um período longo de recessão, e nesses cenários o consumo de carnes também é prejudicado. A conta é simples: maior desemprego e menor renda remetem a um consumo mais tímido, sem espaço para cortes nobres. O frango será o grande beneficiado no curto e no médio prazo”.

Em meio a este cenário, o analista vê um ponto positivo: o câmbio. “Com o real desvalorizado, a tendência é que as commodities brasileiras sejam muito competitivas, principalmente no segundo semestre, quando a estrutura

logística entrar nos eixos. Basicamente haverá potencial para exportar muito mais quando o pico da pandemia for superado no Ocidente“, prevê.

Para Iglesias, é importante que a situação da pandemia na China se mantenha estável, sem transmissão comunitária. “Se a doença voltar e exigir bloqueios e restrições logísticas, essa perspectiva cai por terra. No setor carnes, o Brasil é extremamente dependente da China”.

Fonte: Canal Rural

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