Boi gordo: Sustentada pela baixa oferta de animais, cotação da arroba continua firme
Preços fecharam a semana com estabilidade e seguem em patamares altos; em SP, boiada gorda comum -direcionada ao mercado interno - sai em torno de R$ 315/@, a prazo, segundo dados da Scot Consultoria
Boi gordo: Sustentada pela baixa oferta de animais, cotação da arroba continua firme

Com a boiada de confinamento ainda em preparação nos cochos, a oferta de animais terminados continuará bastante escassa nas próximas semanas.

Tal situação, aliada ao bom ritmo das exportações brasileiras de carne bovina, deve contribuir para um mercado do boi gordo com preços bastante firmes, seguindo tendência de alta no curto prazo.

“Ainda não é esperado aumento relevante da oferta de gado confinado nas próximas semanas”, diz a Scot Consultoria, acrescentando que “o escoamento da produção de carne bovina”, tanto no mercado doméstico quanto no exterior, “é o ponto a ser acompanhado”.

Nesta sexta-feira, 18 de junho, as cotações dos animais enviados ao abate (boi, vaca e novilha) seguiram estáveis na maioria das praças pecuárias do País.

Segundo levantamento diário da Scot, nas regiões de São Paulo, o boi, vaca e novilha estão sendo negociados em R$ 315/@, R$ 292/@ e R$310/@, respectivamente (valores brutos e a prazo).

Animais com padrão exportação (abatidos jovens, de até quatro dentes) recebem ágio de até R$ 9/@ em relação ao boi comum, acrescenta a consultoria.

Na avaliação da Scot, os frigoríficos tendem a ser menos agressivos nas ofertas de aquisição de boiadas durante a próxima semana, devido ao período de baixo escoamento da carne bovina no mercado interno – normalmente, na segunda quinzena do mês, o poder de compra da população enfraquece, resultando em menor consumo de carne bovina e uma maior preferência por proteínas mais baratas, como frango e suíno.

Segundo acompanhamento da IHS Markit, nos últimos dias, as indústrias frigoríficas reduziram o ritmo de compra de gado gordo, fugindo das especulações de alta na arroba.


Diante dos preços altos do boi gordo e da dificuldade em repassar o forte aumento de custo ao restante da cadeia pecuária (atacado/varejo), alguns frigoríficos já optam por paralisar as suas operações temporariamente, com o objetivo de proteger as suas desgastadas margens operacionais, relata a IHS.

Segundo a consultoria, as indústrias situadas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam maior dificuldade operacional, enquanto que, nas regiões Norte e Nordeste, os frigoríficos desfrutam de escalas de abate mais confortáveis, ao redor de 7 dias corridos.

Do lado da ponta vendedora, a oferta de animais terminados que chega ao mercado é mínima, constituída por lotes pequenos, provenientes de negociações pontuais.

“Os registros de grandes negócios fechados são observados apenas mediante ao pagamento de prêmios ao pecuarista, para compensar os maiores custos de nutrição”, observa a IHS.

A chegada do inverno, marcada pelo clima seco e frio, tende a agravar ainda mais a disponibilidade de animais ofertados ao mercado, ressalta a consultoria. Dessa maneira, continua a IHS, a cadeia pecuária passa a ficar em compasso de espera.

“O grande foco do setor gira em torno da entrada de animais oriundos do segundo giro de confinamento, a partir de outubro”, avalia a consultoria.

Em relação as vendas externas de carne bovina in natura, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no acumulado das duas primeiras semanas de junho (8 dias úteis), a média diária de embarque ficou em 6,68 mil toneladas/dia, avanço de 10,7% em relação à média do mês anterior, o que sugere uma retomada gradual da demanda externa.

Giro pelas praças – No Centro-Oeste e Sudeste, em especial em Mato Grosso e São Paulo, é possível verificar comportamentos distintos entre os frigoríficos que atuam nessas regiões, informa a IHS Markit.

As indústrias que detêm os seus próprios boiteis conseguem dar cobertura para sua capacidade de abate diário, obtendo escalas de abate confortáveis.

Porém, os agentes de mercado que não podem tirar proveito desses estabelecimentos enfrentam bastante dificuldade para encontrar animais terminados, visto que os preços sugeridos pelos bovinos terminados no cocho são cada vez mais altos, relata a IHS.

No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos permaneceram estáveis na sexta-feira (18/6).


Fonte: Portal DBO