Pecuaristas vencem batalha pelo preço do boi gordo; arroba continua subindo nas praças brasileiras
Movimento de alta nas cotações pode ganhar fôlego neste início de dezembro, puxado pela entrada dos salários e do pagamento da primeira parcela do 13º.
Pecuaristas vencem batalha pelo preço do boi gordo; arroba continua subindo nas praças brasileiras

Os pecuaristas brasileiros continuam vencendo a queda de braço travada com os frigoríficos espalhados pelo País.

Nesta terça-feira, 30 de novembro, os preços do boi gordo voltaram a subir em muitas das praças brasileiras, reforçando a tendência de alta da arroba.

Nas regiões pecuárias de São Paulo, mesmo com as escalas relativamente confortáveis – que atendem em média sete dias –, os frigoríficos abriram o dia pagando R$ 1/@ a mais para todas as categorias destinadas ao abate, informa boletim da Scot Consultoria.

Os avanços nas cotações, diz a Scot, reflete a oferta restrita de animais prontos para abater e expectativa positiva frente ao consumo interno de carne bovina neste período final de ano.

Dessa forma, a referência de preço do macho terminado em São Paulo atingiu R$ 317/@, enquanto as cotações para vaca gorda e a novilha pronta para abater alcançaram R$ 296/@ e R$ 306/@ (valores brutos e a prazo), informa a Scot.

Na avaliação da Agrifatto, a semana iniciou-se com boa fluidez no mercado interno do boi gordo e otimismo em relação ao consumo doméstico de carne bovina, que tende a ganhar força em dezembro puxado pelas festas de fim de ano.

Segundo relatam os analistas da Agrifatto, depois de chegar a R$ 320/@ em São Paulo, a arroba do boi gordo caminha para um novo patamar de preço no curto prazo, ao redor dos R$ 330/@.

“O desafio do cenário atual é ver até que ponto o mercado consumidor interno terá capacidade de absorver a demanda da proteína enquanto a dinâmica das exportações para China segue estagnada”, ponderam os analistas da Agrifatto.

Segundo a IHS Markit, neste momento, as unidades de abate estão focadas em entender até que ponto as vendas de carne bovina no atacado brasileiro possuem fôlego para absorver os repasses de custos gerados pela forte recuperação dos preços da arroba bovina.

Desta forma, avalia a IHS, muitas indústrias preferem trabalhar com cautela, cadenciando a procura pelo gado gordo.

Embora o ritmo das vendas externas tenha reagido gradualmente, os volumes de exportações de carne bovina ainda estão muito abaixo dos envios registrados durante o período anterior ao embargo das vendas à China.

Com isso, ressalta a IHS, o escoamento da produção brasileira de proteína vermelha dispõe essencialmente do consumo doméstico no curtíssimo prazo.

Na bolsa B3, o quadro ainda é de preços firmes.

Os contratos futuros do boi gordo subiram para praticamente todas as posições, com exceção de novembro/21, que vencerá agora.

Os demais contratos operam com valores acima de R$ 330/@, sustentados pela baixa disponibilidade de oferta de animais prontos para abater.

“Os primeiros lotes de animais terminados a pasto só devem entrar no mercado brasileiro na etapa final do primeiro trimestre de 2022, fato que sugere suporte aos preços da arroba”, enfatizam os analistas da IHS.

Giro pelas praças – Entre as praças da região Centro-Sul do País, a oferta de animais gordos continua bastante escassa.

“As indústrias frigoríficas locais trabalharam para preencher as suas escalas de abate desta semana, fator que abriu espaço para novas altas nos preços da arroba”, observa a IHS.

No Mato Grosso do Sul, houve unidade que fixou negócios o boi gordo a R$ 320/@ (bruto e a prazo) para garantir a escala desta semana.

No interior paulista, informa a IHS, algumas plantas frigorificas também testaram preços mais altos para evoluir abates.

Também foram registradas altas diárias nas praças do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, relata a IHS.

Nas regiões Norte e Nordeste, os preços da arroba bovina parecem ter se acomodado, acrescenta a consultoria.

“Nos Estados de Tocantins, Pará, Maranhão e Bahia, as indústrias relataram que, depois das altas acumuladas, conseguiram evoluir bem suas escalas de abate, com unidades tendo fechado as suas programações de abate até o dia 9 de dezembro”, observa a IHS.

Mesmo em Rondônia, onde os preços do boi gordo reagiram nesta terça-feira, as indústrias locais relataram que, depois das altas, também conseguiram formar escalas de abate um pouco mais confortáveis.

No atacado, o ritmo das vendas ainda evolui de forma inconsistente devido ao período de final de mês, quando o poder de compra da população é mais fraco, relata a IHS.

“As expectativas se voltam para os próximos dias, que serão marcados pela entrada da massa salarial, reforçada pelo pagamento da primeira parcela do 13º”, ressalta a IHS.


Fonte: Portal DBO


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