Boi gordo: Com demanda externa pela carne bovina aquecida, arroba mantém viés de alta
Mesmo com valorização do real frente ao dólar, os embarques registram crescimento, motivando maior busca por boiadas nas praças pecuárias do País
Boi gordo: Com demanda externa pela carne bovina aquecida, arroba mantém viés de alta

Nesta quarta-feira, 9 de junho, o mercado físico do boi gordo registrou estabilidade na maioria das praças pecuárias brasileiras.

Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, o boi, vaca e novilha para abate estão sendo negociados nas praças paulistas em R$ 315/@, R$ 294/@ e R$ 307/@ (preços brutos e a prazo), respectivamente.

Negócios envolvendo bovinos que atendem aos requisitos para exportação (abatidos mais jovens, com idade de até 30 meses) ocorrem em R$ 320/@, nas mesmas condições de pagamento.

A tendência para arroba continua de alta, segundo analistas, motivada pela oferta restrita de animais terminados, além da maior necessidade dos frigoríficos em preencher as suas escalas de abate, ainda bastante apertadas.

“As indústrias enfrentam grande dificuldade para adquirir animais terminados no Sudeste, Centro-Oeste e, principalmente, na região Sul”, informa a IHS Markit, acrescentando que no Norte e Nordeste há um maior equilíbrio entre oferta e demanda.

Apesar da inconsistência do consumo interno de carne bovina, a forte reação da demanda internacional pela commodity brasileira impulsionou os preços da arroba bovina nos primeiros dois dias desta semana, relata a IHS.

Além disso, o setor segue atento à possível reação da demanda doméstica de proteínas, na esteira do avanço da vacinação contra a Covid-19 e, com isso, a maior flexibilização das atividades comerciais no País.

Segundo os analistas, muitos pecuaristas, especialmente os capacitados para o confinamento, trabalham para negociar a boiada na etapa final do ano, quando já há vencimentos de contratos futuros na B3 negociados a valores acima de R$ 335/@.



No entanto, observa a IHS, os custos altos da nutrição e da reposição não permitiram um aumento da quantidade de animais confinados, sobretudo em fazendas de pequeno e médio portes.

As exportações de carne bovina mostraram, nos três primeiros dias úteis de junho, significativo avanço. A recente desvalorização do dólar frente ao real não tirou a competitividade da proteína brasileiro no mercado mundial, em função dos valores maiores cobrados por alguns dos principais concorrentes, como EUA e Uruguai.

“Apesar da expectativa de novas altas na taxa básica de juros da economia (Selic), favorecendo ainda mais a moeda nacional, a possibilidade de a exportação continuar em patamar elevado é alta”, acredita a IHS Markit.

No mercado atacadista brasileiro, os preços dos cortes dianteiros e da ponta de agulha registraram reajustes de R$ 0,50/kg nesta quarta-feira, informa a IHS. Os cortes traseiros, assim como o couro e sebo industrial, permaneceram estáveis, acrescenta.

A redução das escalas de abates dos frigoríficos, em função da escassez de bovinos, dificulta a reposição de estoque das distribuidoras.


Fonte: Portal DBO

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