Boi gordo: Liquidez segue baixa, mas arroba se mantêm firme
Oferta restrita de boiadas gordas e posição cautelosa das indústrias frigoríficas colocaram o mercado pecuário brasileiro em banho-maria durante toda a semana.
Boi gordo: Liquidez segue baixa, mas arroba se mantêm firme

Nesta semana, o mercado brasileiro do boi gordo não apresentou variações significativas de preços em grande parte das praças pecuárias.

O consumo no varejo segue inconsistente, enquanto a procura pela proteína brasileira no mercado internacional continua aquecida, relata a IHS Markit.

Nesta sexta-feira, 25 de junho, novamente os preços da arroba paulista, referência para outra praças de comercialização, ficaram estáveis, segundo dados da Scot Consultoria.

O boi, a vaca e novilha são negociados, respectivamente, em R$ 317/@, R$ 294/@ e R$ 310/@ (valores brutos e a prazo).

Os animais destinados à exportação (abatidos mais jovens, com até quatro dentes) valem em torno de R$ 320/@ (preço bruto e à vista), em São Paulo.

O volume de negociações no mercado pecuário vem se apresentando abaixo da média histórica para o período, em função da restrição de oferta de animais terminados e da dificuldade de escoamento da carne bovina na ponta final da cadeia”, ressalta a IHS.



As indústrias frigoríficas evitaram a aquisição de bovinos durante esta semana, alongando as suas escalas por meio da redução dos abates diários.

“O cenário de fraco consumo do varejo gera maior cautela nas compras de matéria-prima das unidades de abate, em função da falta de procura por reposição de estoques de carne por parte de distribuidoras”, informa a consultoria.

No Norte e Nordeste, são registradas escalas entre 8 e 9 dias. No Centro-Oeste, Sudeste os prazos se encontram ao redor de 5 dias, relata a consultoria.

Na região Sul, a situação é bastante peculiar, pois as condições climáticas adversas e grande restrição de oferta deixam as escalas de abate na faixa de 3 a 4 dias, acrescenta a IHS.

Do lado da ponta vendedora, a oferta de animais terminados que chega ao mercado é mínima, constituída por lotes pequenos de animais terminados em confinamento, promovendo negociações pontuais.

“Os registros de grandes negócios fechados são observados apenas mediante pagamento de prêmios ao produtor rural, para compensar os maiores custos com nutrição”, observa a IHS Markit.

Na avaliação da IHS, a chegada do inverno, marcada pelo clima mais seco e frio, tende a agravar ainda mais a disponibilidade de animais ofertados no mercado.

Por sua vez, os pecuaristas seguem concentrados no confinamento de bovinos para o segundo semestre, estimulados pelas recentes reduções dos preços dos grãos.

Os poucos negócios registrados envolvendo boiadas gordas são pontuais, em grande maioria voltados ao mercado externo, que oferece prêmios pelos animais terminados.

A demanda doméstica pela carne bovina se mostrou bastante lenta ao longo desta semana, situação sazonal relacionada ao período quinzenal do mês, quando a poder de compra da população brasileira é mais baixo, devido ao maior distanciamento das datas do pagamento dos salários, no início junho.

O fluxo das vendas de carne bovina não foi suficiente para sustentar os preços dos cortes, com relatos de sobras de mercadorias nos estoques de varejistas e distribuidoras.


Porém, mesmo após as reduções de preços nas gôndolas, o consumo decepcionou as expectativas do setor, não mostrando reação alguma, relata IHS Markit.

Em relação ao mercado internacional, as exportações de carne bovina in natura tiveram bom desempenho no acumulado das três primeiras semanas de junho.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume embarcado alcançou 97,5 mil de toneladas, com uma média diária de 7,51 mil toneladas/dia, avanço de 3,8% em relação à média de junho/20 e 24,4% superior à média diária do maio/21.


Fonte: Portal DBO

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