Preço do boi galopa solto Brasil afora
Cotações da arroba saltam até R$ 7 de um dia para o outro, em importantes praças pecuárias
Preço do boi galopa solto Brasil afora

Nesta quinta-feira, 20 de novembro, os preços do boi gordo voltaram a subir fortemente em algumas importantes praças pecuárias. Em São Paulo, o valor do animal terminado sofreu acréscimo diário de R$ 4/@, subindo para R$ 229/@, a prazo, segundo dados apurados pela IHS Markit.

Em Mato Grosso do Sul, a elevação foi ainda mais forte: de ontem para hoje, a cotação da boiada gorda saltou R$ 5/@ nas regiões de Campo Grande e Três Lagoas, com negócios saindo a R$ 219/@, a prazo. Na praça de Goiânia, o disparo desta quinta-feira foi o mais alto entre todas as praças pesquisadas pela consultoria IHS: houve valorização diária de R$ 7/@, saindo de R$ 222/@ para R$ 229/@, prazo.

“Nos Estados de GO e MS, o registro de algumas chuvas nas últimas duas semanas tem dificultado o carregamento de novos lotes, fator que tem pressionado as cotações”, informa a IHS, acrescentando que o esgotamento de oferta de animais prontos também contribui para o movimento de alta.

Na praça de São Paulo, as ordens de compra se concentram em animais com padrão internacional e provindos dos confinamentos. Os negócios de hoje, fechando a preços mais altos, preencheram lacunas nas escalas de abate desta semana, relata a IHS.

Nos Estados de Tocantins e Pará, o valor da arroba também registrou fortes ajustes positivos nesta quinta-feira. Os frigoríficos da região Norte do País alegam dificuldades em avançar com as escalas de abate em meio a enorme escassez de oferta de animais terminados, tendo, assim, que se posicionar de forma mais ativa para conseguir comprar bons lotes de boiadas.

Segundo a IHS, a pressão altista no mercado do boi gordo é motivada por dois fatores principais: o aquecimento das exportações de carne bovina e a baixa disponibilidade de gado terminado. “Mesmo diante do enfraquecimento do consumo doméstico entre as proteínas, as indústrias mantêm o ritmo de produção regular para atender os compromissos de exportação e, diante da dificuldade em avançar com as escalas de abate, aumentam os preços oferecidos pela matéria prima”, observa a consultoria.

Além do período de entressafra, a atual restrição na oferta de boiadas é resultado do aumento do abate de fêmeas nos últimos anos, que promoveu um encarecimento do gado de reposição, diminuindo o rebanho efetivo no País e, consequentemente, os níveis de abate, justifica a IHS.

Neste contexto, as cotações da arroba segue sustentada em patamares altos e em trajetória de valorização, cenário que deve se manter pelos próximos meses, prevê a consultoria.

No atacado, os preços dos principais cortes bovinos ficaram estáveis nesta quinta-feira. O consumo de proteínas segue enfraquecido pelo menor poder de compra de parte da população consumidora, cenário característico para o período do mês. O volume de ofertas de carne, porém, também é inferior à regularidade, em função da dificuldade de compara de boiadas. Dessa forma, há um equilíbrio entre a oferta e demanda, mantendo as cotações da carne bovina sustentadas.

Preços do Cepea

Na parcial de agosto (até dia 19), o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (praça paulista, à vista) atingiu valor médio de R$ 226,86, o que representa, em termos reais (descontada a inflação), o maior preço médio de toda a série histórica mensal do Cepea, iniciada em 1994.

Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação ainda tem vindo da baixa oferta de animais prontos para o abate no campo e também das exportações em ritmo recorde.

Quanto à carne no atacado da Grande São Paulo, relata o Cepea, na quarta-feira, a carcaça casada do boi foi negociada a R$ 15,52/kg, à vista, com avanço de 2,11% no acumulado parcial do mês.

A média da proteína em agosto está em R$ 15,42/kg, a segunda maior da série do Cepea, abaixo apenas do recorde real observado em dezembro do ano passado, quando atingiu R$ 15,83/kg (as médias foram deflacionadas pelo IGP-DI de julho/20).

Fonte: Portal DBO

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